História e didática: diálogos eletivos a partir do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.29393/RH31-5HDMS10005Palavras-chave:
Didática da História, Metodologia da História, Ensino de História, Aprendizagem históricaResumo
O trabalho buscou perspectivar a complexa relação entre a História, ensino/aprendizagem, a partir do seu percurso no Brasil. Neste sentido, a partir de investigação em documentos relativos a reformas curriculares, bem como em manuais de Didática da História destinado a professores, procurou-se acompanhar a construção da presença hegemônica de determinadas formas de escolarização do conhecimento histórico, particularmente no que se refere às concepções de ciência, bem como do método de ensino e visões de aprendizagem advindas da pedagogia e da psicologia, desaguando no sucesso da transposição didática. Revisitando a relação com a historiografia, Jörn Rüsen, entre outros pesquisadores da Didática da História, contribuiu para uma certa revolução nas possibilidades do diálogo entre a ciência da história e seu ensino. Ancoradas, principalmente, nos debates contemporâneos da teoria da história suscitaram renovações no âmbito da Didática da História, particularmente no que diz respeito à presença de elementos do método da produção do conhecimento histórico como método de ensino. Ademais, diferentes teóricos e filósofos europeus, norte americanos e sul-americanos introduziram a definitiva relação entre a História e a formação do pensamento histórico. Esta renovação, em curso desde o final do século XX, é caudatária de inúmeras pesquisas e produções acadêmicas e, com isto, pode-se falar da necessidade de um repensar do diálogo entre a ciência da História e sua aprendizagem e ensino, elegendo perspectivas que incluam também a luta e a resistência dos povos oprimidos pela sua emancipação.
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