Da Peleja de cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum à Peleja de Aderaldo filho do cego com Alexandre o Neto de Zé Pretinho
Palavras-chave:
Peleja, literatura de cordel, Brasil, cegos, negrosResumo
Neste artigo analisamos uma das mais célebres pelejas brasileiras, a Peleja de cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum (1916), de Firmino Teixeira do Amaral, e estudamos também a Peleja de Aderaldo filho do cego, com Alexandre o Neto de Zé Pretinho, de João A. de Barros. Com esta abordagem queremos mostrar que na peleja brasileira (e, em particular, na peleja de cordel) e no mundo que ela representa a lei do mais forte é muitas vezes subvertida. Contra os mais fortes levantam-se os mais fracos, as mulheres,os escravos e outros oprimidos como os cegos, que, pela destreza poética e pela força anímica e intelectual, conseguem aproximar-se daqueles que se consideram e dizem mais fortes, e à frente deles desmentem e desfazem tabus, preconceitos e fobias.