INTRODUÇÃO
A enfermagem constitui-se de profissão compro metida com o cuidado e sua gestão nos diferentes contextos socioambientais e culturais, objetivando responder às necessidades da pessoa, da família e da comunidade. Atua para garantir a assistência de enfermagem e saúde para todos enquanto direito humano fundamental1.
E nesta perspectiva de atuação de enfermagem nos diversos contextos, se insere a prática de enfermagem junto às pessoas privadas de liberdade (PPL). A categoria foi reconhecida como integrante da equipe de saúde no sistema prisional (ESP) no Brasil por meio de legislações específicas, tais como, o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (PNSSP) de 20032 e reiterada na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) de 20143, inclusive integra todas as modalidades de equipes previstas.
Pontua-se que a Política Nacional de Atenção Básica de 2017 incorpora a ESP como componentes da Atenção Básica em Saúde, e cujas equipes devem atuar coordenando os cuidados e integrando a Rede de Atenção à Saúde (RAS)2-4, o que se alinha a Declaração de Moscou de 2003 a qual orienta aos países a integração da saúde prisional à saúde pública em geral5.
Conforme dados do Levantamento nacional de informações penitenciárias de 2019, são 1395 enfermeiros e 2473 auxiliares e técnicos de enfermagem que atuam no sistema prisional brasileiro, o que constitui a maior categoria profissional na assistência à saúde da PPL, compondo 50,78% do quadro de recursos humanos. Isto para uma população de 773.151 PPL6. No mundo, 10,74 milhões de pessoas são mantidas em unidades prisionais em cumprimento de prisão preventiva ou condenadas7, e somente na América Latina são 1,4 milhões de PPL8.
A enfermagem atuante nesse sistema e integrante da equipe de saúde tem como atribuição prestar cuidados de prevenção, promoção e recuperação da saúde das PPL3. Embora exista o estabelecimento de funções apoiadas por legislação, o conhecimento e a efetiva participação da categoria ainda se encontram em desenvolvimento, e mesmo, a formação carece de estudos quanto às contribuições enquanto prática social, bem como, dos possíveis desafios inerentes ao contexto de atuação9.
Neste sentido, este estudo tem como objetivo: analisar a atuação de enfermagem no contexto prisional, a partir de textos consultados na Biblioteca Virtual de Saúde, National Library of Medicine e Scopus, e, é norteado pela questão de pesquisa: "Como os periódicos científicos abordam a atuação de enfermagem no contexto prisional?".
O debate do papel central da enfermagem nos cuidados e nos sistemas de saúde e a compreensão das diferentes funções que o enfermeiro de sempenha, em especial no contexto da atenção primária, precisa ser incluído entre os tomadores de decisões, governos e instituições10. Deste modo, esta pesquisa se justifica no fato de propor uma interlocução com a atuação da enfermagem no contexto prisional, componente da atenção primária em saúde.
MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de uma análise reflexiva realizada por meio de revisão narrativa de literatura com abordagem qualitativa, com análise temática. Os dados foram obtidos a partir de textos consultados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), National Library of Medicine (PuBMed) e Scopus, por meio de uma busca com os descritores Nursing AND Prison, utilizando-se os descritores na língua inglesa pela maior amplitude amostral.
Os critérios de inclusão foram: discutir a atuação de enfermagem nas prisões; publicações em português, inglês e espanhol; do período de 2010 a 2021; artigos completos e de acesso aberto. A seleção dos estudos aconteceu no período de janeiro de 2022 e foi realizada por dois pesquisadores de forma independente, com inserção de um terceiro para reunião de consenso quando houve discordância. Os artigos selecionados (701) foram submetidos a leitura e análise dos títulos e resumos e leitura completa (Quadro 1); 95 artigos duplicados foram detectados.
Para a organização dos dados utilizou-se instrumento adaptado de Ursi11, contendo: revista, ano de publicação, tipo de estudo, referencial teórico, objetivos, instrumentos utilizados, participantes do estudo, país, atuação de enfermagem no contexto prisional e nível de evidência. Para a apresentação e discussão dos resultados se utilizou de agrupamento dos dados em categorias temáticas.
RESULTADOS
Foram selecionados 20 artigos9,12-30 para integrar a reflexão, com prevalência do ano de 2019 25% (n=5), na língua inglesa 60% (n=12), com abordagem qualitativa 40% (n=8) e publicados na Revista Española de Sanidad Penitenciaria 25% (n=5) (Quadro 2).
Emergiram na análise 2 categorias temáticas: Funções do Enfermeiro no contexto prisional9,12-19,21-27,29,30 e Desafios da enfermagem nas prisões9,12,14,16-22,24-30. Estas são discutidas na sequência.
Funções do Enfermeiro no contexto prisional:
A atuação da enfermagem no contexto prisional inclui as práticas assistenciais, as quais se vinculam predominantemente a prestação de cuidados de saúde primários ou de atenção básica, incluindo, contudo, cuidados secundários e terciários; o ensino; a investigação e a gerência do cuidado. Este contexto laboral agrega, pela sua complexidade e por constituir-se como uma prática solitária, particularidades que exigem habilidades avançadas e práticas alicerçadas em evidências científicas, além de experiência para a tomada de decisão clínica. O profissional necessita centrar sua conduta na pessoa alvo de seu cuidado, cumprindo, aspectos éticos e legais da profissão e do sistema de saúde, e, em consonância com as características do ambiente penal9,13,22,27,29,30
O enfermeiro que atua em unidades penais, geralmente, com número elevado de pessoas encarceradas, as quais, tendem a apresentar desafios de saúde física e mental negligenciados e por vezes complicados pelo uso de substâncias, tais como álcool e drogas ilícitas, com predomínio de pessoas com baixo nível socioeconómico e problemas de saúde complexos, os quais precisam ser tratados em um período de vulnerabilidade da vida destas pessoas. Assim, a enfermagem precisa lidar para além dos cuidados, com os crimes, as esperanças e os desesperos a manipulação e a agressividade das PPL10,11,14-16,18,23,25,26,29
Necessita prestar cuidados de saúde em consonância com as peculiaridades das normas e rotinas institucionais e de custódia e desenvolver habilidades específicas para adaptar-se ao contexto e cultura penitenciária. Representa um desafio para qualquer profissional que tenha trabalhado apenas em ambientes tradicionais de cuidado em saúde14,15,23,25. E, contudo, mantendo-se a busca por sanar as demandas das PPL com cuidados equitativos em relação a população geral9,12-14,19,23,25.
Deste modo, para a assistência de enfermagem neste contexto são elementos necessários, conhecer de: saúde pública, atendimento ambulatorial, de urgência e emergência; de saúde mental, ocupacional e comunitária. Cabe pontuar que esta categoria profissional vem se adaptando para a atuação nos diversos contextos nos quais sua presença é requisitada, dentre estes o sistema prisional13,26.
As funções do enfermeiro no ambiente penal incluem uma diversidade de funções, que incluem ações de promoção e proteção a saúde, prevenção de doenças e recuperação/assistência a saúde, a serem executados desde o ingresso da PPL na unidade penal, por meio de triagem, exame físico, identificação de problemas de saúde, escuta e exames admissionais com enfoque em doenças infectocontagiosas e mentais, e, durante toda sua permanência na prisão, com: intervenção em crises; avaliação e gerenciamento de risco de suicídio, de doenças agudas e crônicas, incluindo-se administração de medicações e gerenciamento de caso, para a adesão e continuidade de tratamentos; a educação em saúde; atendimentos de urgência e emergência; cuidados pós-operatórios e paliativos; aspectos legais e regulatórios; e são negociadores da cultura da custódia e cuidados9,17-19,21-23,25-27,29. Sua rotina inclui diagnóstico, prescrição, gerenciamento de doenças, encaminhamentos a outros profissionais e serviços12.
Apesar das complexas demandas deste cenário os cursos universitários em enfermagem não incluem conhecimentos desta área específica, direcionando para a necessidade de especialização da enfermagem prisional e de formação que discuta as condições de saúde dos reclusos e as características das prisões17.
Destaca-se que as características especiais da população prisional e do ambiente das prisões, torna os enfermeiros que atuam neste contexto especial, com demandas únicas e específicas, e, neste sentido a formação da graduação em enfermagem nesta área é limitada, necessitando de treinamento específico para lidar com as questões éticas e melhorar a qualidade do cuidado às PPL21,28,30.
Cabe retomar estudo realizado com 17 estudantes de enfermagem no Reino Unido, os quais realizaram ações no contexto penal, evidenciou que após o contato com PPL estes demonstravam maior dissipação de estereótipos e preconceitos sobre os cuidados na prisão, o que poderia facilitar sua posterior atuação neste cenário28.
No campo do ensino os enfermeiros que atuam no sistema penitenciário podem colaborar como orientadores de alunos na graduação e pós-graduação, bem como, na realização de educação em saúde individual e em grupo. Na pesquisa, apesar de que os estudos ainda são escassos, estes são fundamentais para a melhoria do cuidado às PPL18. Nesse sentido, estudo sobre a produção brasileira da enfermagem realizada no Centro de Estudos e Pesquisa em Enfermagem sobre a saúde penitenciária encontrou apenas 9 dissertações e teses24.
A função de gestão a ser executada pela enfermagem penitenciária inclui desde a elaboração de fichas clínicas; agendamentos de consultas com especialistas externos; produção de laudos para pacientes, órgãos da administração penitenciária, juízes e tribunais; até a organização do serviço de enfermagem, nos locais em que não possuem supervisores, os enfermeiros da equipe acabam assumindo os cuidados sobre as farmácias e demais documentações18,29.
Acresce-se a complexidade do atuar nas prisões, a invisibilidade da prática profissional da enfermagem no cenário prisional, está é presente na rotina ocupacional das equipes de saúde prisional, a atuação é pouco conhecida e reduzida a um papel secundário. Constituem-se de desconhecidos dentro da própria profissão. Contudo, é indispensável apontar para o protagonismo da categoria nas atividades assistenciais nas prisões13,27,30.
Os enfermeiros constituem o maior grupo de profissionais de saúde que trabalham com PPL. Considere-se que a enfermagem na prisão evoluiu de mãos dadas com a enfermagem geral, e o papel atual do enfermeiro é de liderança no cuidado em saúde (8, 11 14). Destaca-se que a assistência de enfermagem nas prisões tem se mostrado resolutiva, integral e equiparada aquela fornecida em cenários distintos9.
Desafios para a atuação de Enfermagem na prisão:
A prática de enfermagem nas instituições prisionais se configura em um campo de tensão entre as necessidades de saúde das pessoas presas e as rotinas e práticas das instituições penais, cuja ênfase é a custódia e a segurança, fortemente regulamentado e punitivo. Assim, o cuidado implica em uma luta contínua para equilibrar ambas as vertentes. Retoma-se ainda, que enfermeiros inseridos neste contexto nem sempre foram treinados ou recebem educação continuada necessários a prática13,27.
Estudo etnográfico realizado com 80 enfermeiros que atuavam no sistema prisional da Inglaterra, identificou que a política institucional influenciava suas práticas, reconhecendo o conflito entre a custódia e os cuidados de saúde19. Em consonância estudo qualitativo realizado com 31 enfermeiros nas prisões na Itália, evidenciou que a autonomia profissional da enfermagem limitase em virtude da cultura de segurança, uma vez que, para executar os cuidados é necessário que a equipe de segurança realize o encaminhamento da PPL para atendimento, o que implicou em sensação de impotência, frustação e angústia nestes profissionais20.
Pesquisa qualitativa, realizada com equipe de Enfermagem no sistema penal de Minas Gerais - Brasil, se alinha com os estudos supracitados, evidenciando nas suas categorias: dificuldades para prestar assistência no presídio, a sensação de invisibilidade e a ambiguidade de cuidar da saúde na prisão. Evidenciou ainda que o ambiente prisional não favorece ações concretas de promoção da saúde e prevenção de agravos, mas, demarca que a construção de protocolos e diretrizes poderia sistematizar e sustentar as práticas26.
Já em estudo qualitativo realizado na Austrália com 6 médicos e 7 enfermeiros que atuavam em unidades penais femininas concluiu que os cuidados de saúde e a ética podem ser comprometidos ou desafiados no contexto prisional em virtude da estrutura e das políticas da prisão, uma vez que estas tem foco no controle e segurança, com restrição de movimentação de PPL e profissionais14.
A preocupação com a segurança assume centralidade no contexto prisional, restringindo a liberdade e a escolha, limitando a confidencialidade, a privacidade e o contato com serviços de saúde extramuros. A segurança no ambiente penal é prioridade, demandando que os profissionais de enfermagem se atentem a peculiaridade do contexto, e, em conjunto com os demais funcionários do sistema penal, manejem com cuidado medicações e objetos cortantes, os quais podem representar riscos para a equipe16,18. Contudo, estudo realizado no Chile com 6 enfermeiros que atuam em unidades penais demonstrou que estes percebiam seu ambiente de trabalho como seguro, em virtude da presença do profissional de segurança29.
Os desafios da atuação no cenário prisional são: as demandas dos prisioneiros; número elevado de pacientes para cada enfermeiro; escassez de recursos humanos; percepção da falta de tempo; as rotinas institucionais, que para o cuidado de enfermagem demandam de disponibilidade do profissional de segurança para remoção da cela da pessoa PPL; dificuldade de recrutamento, manutenção e capacitação da equipe de enfermagem no sistema prisional; limitação na autonomia; escassos recursos materiais; ausência de protocolos e diretrizes de trabalho, rotinas administrativas e atenção centrada no modelo biomédico 12,19,22,26.
Outro elemento que parece desafiar o cuidado integral, embora toda a assistência seja executada a partir das necessidades de saúde da população presa, é o constante encaminhamento para intervenção em outros níveis de responsabilidade clínica e sanitária9,16.
Estudo qualitativo realizado com 4 enfermeiros do sistema prisional brasileiro, evidenciou que os cuidados prestados as PPL não foram realizados da forma preconizada pelas normas e regulamentações da profissão, apesar do esforço para a execução da melhor maneira possível, que atendam ao adequado e legal26. Tal como pesquisa italiana que evidenciou a mesma perspectiva, na qual, os enfermeiros sentiam-se compelidos a prestar serviços eticamente problemáticos19. Em sentido oposto, estudo brasileiro revela que a assistência de enfermagem tem se mostrado resolutiva, integral e equiparada aquela fornecida em cenários distintos9.
DISCUSSÃO
Os estudos incluídos em nossa amostra explicitaram a complexidade da atuação da enfermagem nas prisões, a qual apesar de ter prioridade de ações vinculadas a atenção básica, realiza assistência que requer conhecimentos e habilidades relacionados a atenção secundária e terciária. Para tanto, as funções do enfermeiro enquanto membro da equipe prisional apreendidos nos estudos incluídos nesta reflexão alinham-se as legislações que delimitam sua atuação, tal como a PNAISP e a Política Nacional de Atenção Básica3,4, relacionados a prevenção, proteção, promoção e recuperação da saúde das PPL, cujo foco situa-se na atenção básica de saúde, apesar de demandar conhecimentos das demais esferas.
Cabe retomar que a enfermagem nas prisões é variada, complexa e implica no uso de habilidade de enfermagem avançada e constitui-se de oportunidade de desenvolver novas habilidades profissionais31.
Nesta perspectiva são princípios norteadores para a tomada de decisão ética neste cenário: a fidelidade e a responsabilidade com os usuários, a obrigação para com a ciência e a dedicação aos colegas de profissão32, tal como os estudos incluídos nesta revisão explicitaram acerca da necessidade de atuação ética e comprometida com as demandas das PPL, e a constante interlocução entre custódia e cuidado, entre a segurança e a saúde, indispensável à prática da enfermagem nas prisões.
Os enfermeiros que atuam em unidades penais convivem com elevadas demandas de atenção a saúde apresentadas pelas PPL, as quais se vinculam a marginalização destas que antecede a privação de liberdade relacionadas aos determinantes socias de saúde33. As prisões abrigam pessoas em sua maioria marginalizadas socialmente, com problemas de saúde (doenças crónicas não tratadas e doenças mentais) e estilos de vida de risco, como consumo elevado de drogas ilícitas e álcool. Além disso, o ambiente prisional superlotado, insalubre e violento pode determinar o bem-estar das PPL34. Assim, estas necessitam de níveis excepcionais de suporte de saúde31.
Cabe retomar o fato de que embora existam leis e tratados nacionais e internacionais que contribuam para uma assistência de qualidade a população prisional, ainda se evidencia a falta de operacionalização dos cuidados em saúde, que se refletem em descaso com a saúde física e psíquica das PPL e a naturalização da ausência dos cuidados em saúde, com o atraso no diagnóstico de doenças e descompromisso pelo tratamento35,36.
Elementos que se alinham aos achados desta reflexão quanto à ausência de protocolos e diretrizes de trabalho, escassez de recursos humanos e físicos e autonomia profissional comprometida, bem como, a cultura preponderante da segurança e o modelo médico centrado. Assim, o enfermeiro nas prisões tem responsabilidades semelhantes aos que atuam em outros contextos, contudo, a delimitação legal da atuação da enfermagem nas prisões e uma formação específica poderiam melhorar sua satisfação no trabalho e maiores habilidades no cuidar.
Estudo com 45 profissionais de saúde do estado da Paraíba, Brasil, evidenciou que as equipes de saúde são compostas por profissionais capacitados e motivados quanto ao exercício de suas funções, entretanto, carências estruturais dificultam a assistência prestada a população presa37), o que corrobora com os achados desta reflexão.
Enfatiza-se que a gestão de casos pela enfermagem contribui com a integralidade e resolutividade da atenção em saúde as PPL e a adoção de protocolos assistenciais podem qualificar o cuidado de enfermagem a este grupo populacional38.
Evidencia-se o protagonismo da enfermagem nas prisões, uma vez que se constitui de maior categoria da área da saúde neste cenário. Nesse sentido, cabe pontuar que a visibilidade e autonomia da enfermagem nas prisões alinha-se aos demais contextos relacionados a superação do modelo biomédico, o que evidenciaria a importância da enfermagem na sociedade39.
As limitações deste estudo relacionam-se ao fato de que nem todas as bases de dados foram revistas, uma vez que se explorou Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), National Library of Medicine (PuBMed) e Scopus. Salienta-se a possibilidade de expandir a busca para outras bases.
CONCLUSÃO
A atuação da enfermagem no sistema prisional constitui-se de relevante contribuição da categoria enquanto prática social, devendo alicerçar-se nas prerrogativas legais de cuidados de enfermagem. Demanda um profissional generalista, que tenha conhecimentos de atenção primária, secundária e terciária em saúde, apesar do foco na atenção básica. Este contexto relega ao profissional dificuldades como a falta de autonomia, escassez de recursos humanos e materiais, bem como a preocupação constante com sua própria segurança.
A inclusão da saúde prisional no contexto de formação do enfermeiro é elemento imprescindível para a melhoria dos cuidados em saúde nas prisões, e, se faz necessário com brevidade.
Este estudo pode contribuir com a Enfermagem na ampliação da reflexão sobre a temática atuação da enfermagem nas prisões, despertando para o reconhecimento dos valores estruturantes do cuidado de enfermagem como prática social, a fim de subsidiar a assistência a saúde dos grupos humanos vulneráveis e a adoção de atitudes e comportamentos que proporcionem intervenções para construir e fortalecer ações de cuidado e manutenção da saúde.